lunes, septiembre 29, 2008

Vaca Profana

Respeito muito minhas lágrimas, mas ainda mais minha risada
Escrevo assim minhas palavras na voz de uma mulher sagrada
Vaca profana põe teus cornos prá fora e acima da manada
Ê, dona de divinas tetas, derrama o leite bom na minha cara
E o leite mau na cara dos caretas
Segue a "movida Madrileña", também te mata
Barcelona Napoli Pino, Pí, Pau, punks, picassos movem-se por
Londres Bahia onipresentemente, Rio e belíssimo horizonte
Ê, vaca de divinas tetas, la leche buena toda em mi garganta
La mala leche para los "puretas"
Quero que pinte amor Bethânia, Stevie Wonder, Andaluz
Mais do que tive em Tel Aviv, perto do mar, longe da cruz
Mas em composição cubista, meu mundo Thelonius Monk's blues
Ê, dona das divinas tetas, quero teu leite todo em minha alma
Nada de leite mau para os caretas
Sou tímido e espalhafatoso, torre traçada por Gaudi
São Paulo é como um mundo todo, no mundo um grande amor perdi
Caretas de Paris e New York, sem mágoas estamos aí
Ê, vaca das divinas tetas, teu bom só para o oco, minha falta
E o resto inunde as almas dos caretas
Mas eu também sei ser careta, de perto ninguém é normal
Às vezes segue em linha reta, a vida que é meu bem, meu mal
No mais, as "ramblas" do planeta,
"Orchata de chufa, si us plau"
Ê, deusa de assombrosas tetas, gotas de leite bom na minha cara
Chuva do mesmo bom sobre os caretas, la mala leche para los "puretas"
Nada de leite mau para os caretas, e o leite mal na cara dos caretas
Chuva do mesmo bom sobre os caretas, e o resto inunde as almas dos caretas

Caetano Veloso

carlos ruiz, artista plastico, brasil, colombia

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